terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cássia Rejane Eller


O rugido do mar. A rocha. A lambida da fera. A guitarra. O raio surdo antes do trovão. A Faísca que escapa do fio. Tudo ali no canto de Cássia Eller. A Brasa do cigarro brilhando na tragada, com a intensidade do que não dura, como a nota; sílaba! Tudo sob controle sobre descontrole sob controle. Sua voz parece um corpo material, de carne e osso e músculo e sexo. Um corpo opaco, massa compacta de graves e agudos soando juntos como um soco, um trago, uma onda de éter na cabeça. Como pode isso emocionar assim?
                 (Arnaldo Antunes)

Para mais uma vez deleitar-me com a gravidade do tom da sua voz, sentir o arrepio na espinha com a profundidade das letras. Porque heroi que é heroi não morre jamais.

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