sexta-feira, 27 de junho de 2014

Eu não sei por onde (re)começar, as vezes parece que nunca escrevi, que nunca imaginei um mundo, um destino, um universo de cores. O semestre foi tão curto que se tornou longo, uma longitude de angústias por ver tudo passando tão rápido. As pessoas esperam que a gente escreva coisas, e quando a gente as escreve acreditam que precisa ser para alguma pessoa, que tem alguém, que há de existir inspiração. Mas ao que eu digo, são tantas dores e feridas não cicatrizadas que elas se tornam o motivo. A alma doente, em chagas, por não poder expressar e ainda mais gritar saudade, o motivo de as coisas terem tomado certo rumo ou qualquer coisa que seja. A gente (re)começa a escrever pra curar essas dores. Não há motivos concretos, sério. Você só precisa exprimir suas angústias e grande parte das vezes “magoar” a ferida, pra que a sua cura seja mais concreta. Só que há erros, acho que não há cura concreta para o amor, não há cura concreta pra alma ferida de um poeta. O céu lá fora me pinta de azul, no final da tarde o pôr do sol dança e acende o meu cigarro e é isso. Eu ainda ajudo, ponho Billie Holiday pra tocar e o copo de conhaque não fica vazio. Por maior que seja o sofrimento, a gente tem uma criatividade filha da mãe pra tornar ele maior ainda!