Para ler ouvindo La Solitudine de Renato Russo.
De fato, eu nunca imaginei que um
dia iria me sentir assim com relação à outra pessoa. É como se ela fosse o meu
ar pra respirar, ou a água pra saciar a minha sede. E eu a amo tanto que por
alguma razão não posso deixá-la ir. E toda vez que penso nela me dá um frio na
barriga, uma vontade louca de amá-la cada vez mais, sufocando-a assim com esse
desvairado sentimento. Não posso de jeito nenhum tentar deixar isso passar, e
não quero brigar com isso que eu sinto. Porque eu gosto de sentir sabe, gosto
de me sentir completa assim, mesmo não a tendo completamente. Não tento também
não pensar nela, porque esse aperto que eu sinto no peito passa quando eu sei
que é só o amor, e eu faço do medo a minha oração. Pra pedi-la cada vez mais
perto, pra pedi-la cada vez em mim só pra poder olhar o seu sorriso, ouvir a
sua voz e me locupletar. Só por alguns segundos ou até minutos, porque eu a
preciso muito, e a preciso logo. Como precisa uma usina de energia ou como
precisa até um coração de outro pra ser feliz. Vou sentir mais falta quando
pensar nela e amá-la cada vez mais. Sendo assim, uma romancista shakespeariana
que não só gosta do amor. Como também gosta de amar.