quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Quando você se sente amado/gostado você sente obrigação de seguir em frente com isso. Pelo menos é o que eu estou sentindo agora. Sempre quis liberdade para o amor, sempre quis que as pessoas me entendessem e que observassem que sim, ninguém é igual e é de ninguém. A gente é humano, se cativa, se ama, mas quando deixa-se cativar novamente, já foi. Trasitamos entre dois lados, gostamos de opostos ou não. Nos apaixonamos loucamente, por não querer talvez. Porque tem coisa que a gente não escolhe, e essa é uma delas. É incrível a força que uma pessoa têm ao dizer por aí que chora, sofre e está ferida por causa de um desamor, isso demonstra que a fragilidade não é nenhum pouco metrificada. Mas o que é mais incrível é que a capacidade de curar-se é estupidamente reconfortante. E você fica à espera de alguém que te salve, e te acredite e que venha sentando cada vez mais perto, venha cada vez mostrando mais um dente num sorriso grandioso. Porque o mundo é tão salgado e pontudo e frio, e as pessoas são tão apaixonantes que a gente sempre acredita que dá pra tirar não só coelhos da cartola, como qualquer animal. Não é difícil cativar as pessoas, elas já estão abertas pra serem cativadas. Deixa cair, o amor é livre.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Janis Lyn Joplin

Um arrepio, um frio tremendo na espinha... E tudo isso só por ouvir uma voz rouca, forte, marcante, cultivada junto a uma atitude rebelde. A raiz do blues que Janis cantava vinha da vida, de tudo o que vivia sentada em algum parque da cidade, fumando e bebendo doses e mais doses de southern comfort. A excentricidade das suas vestimentas, dos exageros e do forte cheiro de patchouli são tão presentes na minha mente, e várias vezes enquanto escuto Me and Bobby McGee dá pra perceber que tudo o que ela falava ali era verdade, as letras que tornavam a personagem indestrutível quando se falava de dor e perda. Enquanto viveu pôde provar tudo de ruim que a vida tinha a oferecer, e aquela tal preocupação com o futuro era piada. A intensidade com a qual ela fazia tudo na vida era o seu cartão-postal e não cansava de falar: “Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã.”





Janis é uma injustiçada. Chamada de baranga, hipponga, drogada e tudo o mais que é menosprezante, Janis na verdade ardeu em um mundo que não entendia sua capacidade de amar, e, principalmente, de se expressar, afundado na pior das soluções para fugir da depressão e tornando-se primogênita da heroína. Foi mais uma vítima a ficar na tênue linha dos famosos artistas que perdem a batalha contra as drogas, mas que tem seu legado cultuado até os dias de hoje.
Janis Lyn Joplin, morreu no dia 04 de outubro de 1970, aos 27 anos, por uma overdose de heroína. Seis meses após sua morte o álbum Pearl foi lançado. A cremação do seu corpo, as cinzas jogadas ao oceano pacífico, tudo isso como forma de lembrar o quão livre era o seu espírito. A verdade é que os bons morrem jovens.



“Neste mundo, se você ler os jornais,
Você verá que todos estão brigando
Você não pode contar com ninguém, baby,
Nem mesmo com seu próprio irmão.
Então, se chegar alguém
Que te dê algum amor e afeto,
Eu diria para você aproveitar essa chance.

Aproveite sua chance enquanto pode,
Hey, hey, hey, aproveite enquanto pode.
Não dê as costas para o amor, não, não, não.

Saiba que quando você ama alguém,
Você entra num jogo com um pouco de preocupação.
Mas quem se importa?
Pois poderemos não estar mais aqui amanhã,
Então se vier alguém,
Ele te dará amor e afeto.
Eu diria para você aproveitar essa chance, yeah!”


Janis Joplin - Get It While You Can

Nota de rodapé:
- Postagem póstuma. Hoje Janis completaria sessenta e nove anos. -

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As luzes da cidade, todas, brilham pra mim, como se fossem pra reacender algum motivo que é ainda imperceptível. Você só sabe que é bom, quando você olha no olho, sorri por sorri, e sente vontade de dar beijo, abraço. E por não querer sentir só, a gente vem e escreve, e quer mostrar a outras pessoas o quanto estamos bem, o quanto estamos felizes. Você vai avançando assim, meio às cegas, meio sem saber onde está pisando, porque você não sabe mesmo. E fica com um medo enorme de se machucar, de não dar certo, mas depois dá pra lembrar que o que é pra ser, é. E o gosto, o cheiro, o brilho que dá no olhar, tudo isso reconforta, e dá certeza  de que tem gente que só sabe fazer bem, fazer feliz.

domingo, 8 de janeiro de 2012

As coisas só podem ser boas, e melhores tornam-se se você, às vezes assim, sentada, olhando pra o branco do gesso numa tarde especialmente quente esperando dele uma luz pensar nessa outra pessoa e sorrir. E pensar mais nela, e sempre mais. Isso significa que você se importa e que você sente que é real, que dá pra tocar e viver. É bonito, entende? É bonito e mágico. Por isso, penso e sorrio sempre. Até os olhinhos ficarem marejados de felicidade, até o coração pedir pra parar um pouco porque se não ele explode. Lei natural encontrar quem te faz feliz. Coisa boa a gente vive. Hora de viver então.