sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tem dias que a gente se sente um caco, e às vezes não é só tristeza, é saudade junto. É um misto de sentimentos de 'vai acontecer, mas nunca acontece', é um não-saber o que pode ser, e o que é. Você só pensa em  se livrar dessa fossa mal-cheia, toma um, dois ou até três doses daquele uísque barato que você comprou esperando aquele certo alguém, acende um cigarro, dá dois tragos e não acha graça alguma, acende outro, mais dois tragos. É o acender e apagar da chama que é o acender e apagar da vida, você pensa nisso e acha tudo meio psicodélico, o medo volta. Acha que foram aquelas drogas sintéticas que usou aquele outro dia, mas já faz tanto tempo... Já faz tanto tempo de tudo, de que você sorriu, ou viu aquela pessoa que deixa seu coração aos pulos, que nem pipoca na panela, a ponto de  te deixar tão idiota pra te fazer utilizar-se dessas analogias ridículas. O disco da Fitzgerald está tocando, as cinzas no cinzeiro parecem gostar da melodia jazzística e dançam,  voam com o vento da sua respiração que está ali perto. Papel, caneta em mãos e ideia nenhuma chega perto. Há sempre a necessidade e há sempre o não-ter. É aquela eterna procura, aquele eterno abrir e fechar de olhos e a também eterna sensação de que se está quase bêbado, mas é só o vazio, o copo não cheio, por causa dos goles anteriores. É vontade de ver o sol sorrir e sair pra vê-lo, porque por mais que se esteja triste e bêbado e ludibriado o sol está sempre saindo, pra te ver, pra nos ver. A noite está acabando, a sensação de vazio ainda está, como o sol. Vamos mesmo sair pra vê-lo.

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