sábado, 19 de maio de 2012

mais uma parte. da mesma história!

Mais outro dia, outra noite (na verdade) de esperas. O frio realmente está fazendo as coisas parecerem mais difíceis. O que exalta em mim é sempre a vontade absurda de estar com alguém, ou não. A chuva caindo no telhado é a mesma que está molhando os meus dedos agora já que os pus pra fora pra sentir. Acontece que eu estou me apegando muito aos detalhes ultimamente, e pode ser que isso seja culpa do coração que está feliz. Botei um disco pra tocar, e a Billie Holiday está me enchendo de sorrisos e lágrimas. Como pode uma inconseqüente emocionar a gente assim?! Queria um cigarro, mas prometi que iria parar de fumar, não sei porque, na verdade. Tudo nessa vida é alvo de proibições, do que fazer ou não. E eu cansei mesmo disso também. Acendo o cigarro, movimento rápido o do isqueiro. A velha chama reacende, e a saudade aumenta. Abri a gaveta e achei uma foto antiga e re-comecei o sonho acordada, tudo dói. Tem dias que o antigo se torna mais nosso do que já foi, e é em dias como esse que a gente entende que a vida não é imprevisível, ela sempre está aí pra juntar as pessoas na hora certa, pra aproximá-las quando tem que aproximar. Tentei ler algumas pequenas epifanias, mas nem a leitura está prendendo a minha atenção, nem escrever na verdade. Eu tentei mesmo, mas as horas estão se arrastando, o cigarro quase no filtro, dois goles de chá na xícara (porque hoje quis meu corpo livre dos tóxicos), uma erva daninha pra alegrar o espírito, a melodia na pegada do blues, e eu, só eu, tão só eu, somente eu, compondo, me recompondo, pra recompor a minha alma, que não está ferida.

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