quinta-feira, 27 de outubro de 2011


E ainda com os olhos marejados, por causa de um amor que quase deu certo eu acendo o último cigarro do maço e trago forte. Mas não tenho forças pra isso, não agora. Tudo dói e nada está anestesiado. E eu que pensei que as coisas não seriam tão arrebatadoras e fortes assim. Mas acho que só sou eu que sou tão previsível assim. Que sempre que acha uns limões quer fazer uma limonada, e não um suco de limão. E queria ser mais também para não fazer analogias bucólicas atrás de me livrar de alguma coisa que seria o meu chão, ou até o meu teto. E que agora por alguma razão boa ou ruim eu não possuo mais. Só que agora eu também não sei definir o que é melhor pra mim, ou pra ninguém. Eu sempre fico mais sujeita a pancadas quando esse sentimento percorre as minhas veias. E sempre contra sentimentos fortes, mas não tendo força o bastante pra impedi-los de entrar em mim e me fazerem de gato e sapato como fizeram nesses últimos meses que não foram fáceis. Que sempre tinha um misto de choro de tristeza e de alegria, que sempre teve cigarros pra acompanhar a rotina e que eu sempre tragava forte, atrás de dissipar o que em mim já não cabia. E teve horas que eu quis cortar os pulsos também, sempre tem dessas. E de querer arrancar todos os fios de cabelo, uma coisa muito comum também. Mas eu só chorei, e escrevi. Porque por mais que términos machuquem, eles servem para inspirar certas pessoas que só atrás de sentimentos sujos conseguem escrever. E que só atrás de dias tristes também, nublados ou qualquer termo que explique. Porque os melhores poetas sempre estão inundados de medos e desamores, e sim eu também estou assim. E eu não consigo enxergar nada que faça tanta faxina emocional em mim do que jogar essas palavras que também são erros pra fora. Alguém olha pra mim e pergunta porque eu sou tão triste assim, mas o problema todo é que eu estou cansada, cansada de lutar e insistir sem fé nenhuma.

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