quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Hegemonia contraditória

Eu queria ter alguma coisas nas mãos agora. Não sei, poderia até ser uma bomba. Mas pelo menos alguma coisa. Eu queria me segurar em  alguma coisa material, um objeto que possa ou não fazer efeito.Tenho me sentindo tão congestionada que qualquer bobagem não me chama mais a atenção, como antes chamava e me fazia rir, já que em tudo eu via graça. Mas esses dias não, esses dias tem sido tensos e tristes como se fosse impossível avançar ou até mesmo voltar atrás. E é como se eu estivesse parada olhando pra lugar nenhum, esperando alguma coisa que eu sei que não vai chegar. Não sei muito bem como é que eu sei disso, eu só sinto. Sinto que essa minha procura pelo nada, não vai ter fim, e não é só porque eu não quero, é porque certas procuras são inevitáveis, e essa pode ser uma delas. E eu fico perdida com esse tempo que passa rápido, e não me deixa deixar as coisas pra amanhã, porque amanhã já será o próximo mês. E os desejos e as vontades vão se acumulando, talvez eu seja feliz sem saber. Mas acho que não também. Alguma coisa deveria ser minha, e só porque eu quero. Mesmo que nem tudo a gente possa ter. E o meu pessimismo essa semana conheceu o fundo do poço, e lá não é um lugar ruim. Mas quando eu estava em cima eu podia ver as borboletas e a luz do sol fluindo sem nenhum impecilho e sentia o vento bater no meu rosto e trazer o cheiro  de orvalho que o sereno da noite deixou, então desejo estar na beira do poço pra ser feliz por esses poucos segundos. Uma vontade de não sei o quê, e um medo disso também. Esses últimos dias não tem sido fáceis, tem tempo que não sinto esse sentimento que é um misto de medo, e de alegria. E dá um vontade absurda de chorar por alguma coisa que pode ou não estar acontecendo. Só chorar. Pra esvaziar, pra descongestionar o coração. Pra não se sentir culpada por estar esmagando sentimentos. Porque eu sei que nada pode durar pra sempre, pelo menos não no sentido carnal. Nem a dor pode durar também.

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