terça-feira, 23 de novembro de 2010

À Renato Russo


O poeta nasceu, cresceu, e se tornou poeta. Começou a escrever e a abalar. Abalar aos que foram criticados pela audácia e aos que o ouviam pela coragem.O poeta era irreverente. O poeta era um poeta. Eternamente apaixonado por tudo aquilo que parecia merecer seu amor. O poeta ria para seus admiradores, mas seu íntimo chorava. Não era feliz, então escrevia e esquecia-se de seu eterno vazio. Certo dia, o poeta se viu numa estrada sem fim. Olhou para os lados, mas nada viu. Não havia ninguém. E o poeta fechou os olhos e sentiu uma paz incomparável, uma ternura misturada à uma angústia. Nunca havia se sentido assim. E quando os abriu, estava num lugar lindo, com flores belíssimas.De repente olhou para o chão e viu pessoas. Aquelas que sempre estavam ao seu lado. Ele riu, mas as pessoas choravam. O poeta havia morrido, mas para nós que ficamos aqui, não pode haver tristeza. Pois nós temos uma única certeza: “Poetas não morrem jamais!”

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