sábado, 6 de novembro de 2010

Período Interminável

A brisa vai tomando conta desta sala, eu sentada no chão, com meu copo de uísque barato e um cigarro na boca. Hora dou um gole na bebida e penso a respeito de não sei o quê. Deve ser porque não estou tão concentrada, acredito. E vou tentando ao poucos adentrar meus pensamentos, pra não causar alarde nem espanto. Outrora dou um trago no cigarro, só pra ver o brilho reacendendo-se quando ao mesmo tempo chegam as conclusões. A depressão, não sei, parece estar vindo gradativamente, corroendo a alma, preferiria que não fosse assim. “Preciso sair dessa” repito insistentemente. Mas me livrar do quê? Desses pensamentos insolúveis? Dá pra fugir da própria mente? O meu medo, se houver, é esse, não conseguir sair dessa fossa “desmotivacional”. Pego o telefone e procuro o número da felicidade, mas ela não tem e o seu endereço parece estar em constante mutação. Entorno toda a minha bebida e o cigarro inacabado vai pra o cinzeiro, pondo fim a essa onda de éter sentimental. Acredito que me encontro assim porque já amei muito um dia, e a entrega total ao amor causou a “desentrega” de mim mesma.

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