sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A dor e a angustia estavam quase que me enterrando viva, esses últimos dias o ócio me fez uma compahia absurda, e o sedentarismo ficou mais forte. Eu lembrei a última garrafa que tinha escondida no fundo do meu armário, fiz isso para não tornar a embriaguez minha irmã, mas não houve jeito, a recolhi hoje, e junto ao meu maço de cigarros eu sorrio contra o vento. Aprendi muita coisa também, a valorizar a vida, como Frida Kahlo o fez, quando a sua madrinha, a morte, a recolheu para junto dela e depois deu uma nova chance, mas continuou matando-a aos poucos. A gente não pode mesmo acreditar num ser cruel quanto esse, que abre a gaiola, mas prende o pássaro pelo pé, e o torna tão fraco a ponto de não conseguir fugir e se render a liberdade. Então eu pensei em como seria um suicídio, e se eu o fizesse, pulando de uma ponte por exemplo, mas eu não vejo uma ponte por perto e lugares altos me dão vertigem. Eu tomei outra dose do meu conhaque e continuei com as minhas divagações de lobo solitário, e para deleite da minha loucura e solidão, imaginei os saltos que o meu santo remédio dava só por tocar meus lábios. Quis escrever, quis tanto que não consegui. Então me saíram essas certas palavras que são tão erradas. Mas para o costume não se perder, assim como o respeito dos outros por mim, eu escrevi, e continuarei escrevendo. Até o cigarro apagar e até eu dormir sob o chão frio, só porque o sono já quer me levar para perto dele, como a morte o faz, quando não aguenta mais esperar e quer a nossa compahia de um jeito ou de outro, porque a gente só é instante.

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